O Objetivo desta dimensão é preparar a coordenação estadual de currículo para o planejamento e execução da formação continuada para os novos currículos de referência de maneira integrada às ações formativas das redes.
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A partir de 2019, todos os professores terão a oportunidade de serem formados para o trabalho com os novos currículos, elaborados em regime de colaboração e norteados pela BNCC. Para isso, a Coordenação Estadual de Currículo deverá estabelecer uma estrutura de formação continuada em regime de colaboração capaz de garantir a implementação dos novos currículos em cada sala de aula.
As ações aqui sugeridas podem servir de apoio para uma revisão das políticas de formação específicas das redes estaduais, municipais, federal e de escolas privadas. Para que isso ocorra, é necessário promover a integração constante entre os diferentes sujeitos envolvidos nas formações.
A fim de assegurar a qualidade das ações de formação, esse guia aponta para premissas relacionadas ao aplanejamento e execução das formações e para premissa relacionadas à metodologia e conteúdo das formações.
Baseado no estudo “Formação Continuada de Professores: Contribuições da Literatura Baseada em Evidências”, da Fundação Carlos Chagas e Todos pela Educação; e no “Documento de Considerações para Orientar o Aperfeiçoamento das Políticas de Formação Continuada de Professores à Luz da implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC)” do Grupo de Trabalho do Consed e Undime de formação continuada de professores.
Premissas para o planejamento e execução das formações:
Premissas para a metodologia e conteúdo das formações:
A Coordenação Estadual de Currículo, com apoio da Comissão Estadual de Currículo, deve definir a governança para a formação continuada em regime de colaboração.
Sugere-se que cada estado conte com uma equipe central, composta por Coordenadores Estaduais de Currículo e lideranças das ações de formação continuada das redes estadual e municipais, assim como equipes regionais distribuídas no estado. Essa equipe central deve garantir a formação dos professores e equipes gestoras das escolas estaduais e municipais do estado para o novo currículo.
A composição da equipe central é o primeiro passo para início de todo o processo de formação.
Atenção: A quantidade de profissionais que irá compor as equipes de formação deve ser definida a partir do diagnóstico das necessidades das redes. A quantidade de bolsas oferecidas a cada estado e ao DF pelo Programa de Apoio à Implementação da Base Nacional Comum Curricular (ProBNCC) permanece a mesma para o segundo ano do programa.
A equipe central deve contar com profissionais que terão dois principais focos: a gestão das ações e a formação.
Entenda mais sobre a equipes regionais no capítulo 4.3.
Clique nas áreas abaixo para mais informações sobre o perfil e as responsabilidades das equipes.
Após definida a governança, a equipe central deve realizar o diagnóstico de pelo menos 3 aspectos:
Com essas informações será possível realizar um planejamento que atenda às necessidades das redes e aproveite ao máximo os recursos disponíveis.
Sugestão: É essencial que a equipe central mobilize a rede estadual e as redes municipais na coleta e análise das informações coletadas.
Sistematização e apresentação dos dados: Após o levantamento dos dados, a equipe central deve sistematizar e analisar os dados obtidos e compartilhar suas conclusões com as redes. Essas informações irão contribuir para a elaboração de um planejamento mais efetivo, que responda às necessidades das redes e que utilize de maneira eficiente os recursos disponíveis.
A partir do diagnóstico, a equipe central deve planejar as ações de formação.
Ao longo desse processo, é importante traçar estratégias de comunicação que permitam que todas as escolas das redes conheçam e, na medida do possível, contribuam para esse processo.
O processo de planejamento deve contar com 6 etapas:
4.3.1 – Delimitar as regiões de atuação;
4.3.2 – Compor as equipes regionais;
4.3.3 – Definir os temas prioritários da formação;
4.3.4 – Definir as modalidades e os recursos para execução das formações;
4.3.5 – Definir o cronograma das formações nas regiões;
4.3.6 – Definir os processos de monitoramento e avaliação das formações.
Lembre-se das premissas de qualidade para o planejamento e execução da formação continuada
- Regime de colaboração
- Continuidade
- Formação no dia a dia da escola
- Coerência
- Uso de evidências
Devem-se definir as escolas com as quais cada equipe regional irá trabalhar. Para isso, delimitações territoriais já existentes no estado, como a estrutura das regionais de ensino da Secretaria Estadual de Educação, podem ser um ponto de partida.
Para que se respeitem as características territoriais e a dinâmica de formação já existente nas redes, é essencial que essa definição seja realizada em diálogo com redes municipais de educação e com os profissionais que farão parte das equipes regionais.
Atenção: É importante que não se observe apenas a distância entre os diferentes municípios, mas também a quantidade de professores e equipes gestoras que precisarão ser formados, assim como as parcerias de formação já estabelecidas pelas redes. A etapa de diagnóstico é essencial para uma definição que responda a todas essas questões.
As equipes regionais têm o papel de garantir que todas as escolas do estado recebam formações presenciais com uma periodicidade constante. Para isso, a equipe central deve compor equipes regionais com profissionais voltados para a gestão e para a execução das formações nas escolas.
Atenção: Em regiões que não possuem corpo técnico suficiente para gerir e realizar as formações, podem ser firmadas parcerias com centros de formação, universidades, entre outras instituições com experiência consolidada na formação continuada de professores. Nesses casos, é importante que a equipe central realize o alinhamento e acompanhamento do trabalho realizado por essas instituições, para que se garantam as premissas de formação descritas neste Guia.
Entenda mais sobre a equipe central no capítulo 4.1
As equipes regionais têm o papel de garantir que todas as escolas do estado recebam formações presenciais com uma periodicidade constante. Para isso, a equipe central deve compor equipes regionais com profissionais voltados para a gestão das ações para a execução das formações nas escolas*
(*) A depender da disponibilidade de recursos humanos de cada local, é possível que os mesmos indivíduos da equipe regional responsáveis pela formação também realizem o trabalho de gestão das ações em seu território
Clique nas áreas abaixo para mais informações sobre o perfil e as responsabilidades das equipes.
Para traçar um cronograma das ações ao longo do ano é necessário definir quais serão os temas prioritários da formação. Sugere-se que essa definição seja feita com base nos seguintes insumos:
Atenção: Os temas que serão tratados nas formações devem ser revisados periodicamente, com base nos diagnósticos realizados pela equipe central e nas necessidades que os professores apontarem no decorrer das formações.
As formações podem ser oferecidas em diferentes modalidades e espaços, a depender das necessidades das redes, de seus recursos disponíveis, das especificidades de cada região e dos temas que serão trabalhados em cada formação. Assim, cabe à equipe central, junto com as equipes regionais de gestão, definir o tipo de formação que melhor atende à sua realidade.
A equipe central, em diálogo com as redes, deve definir um cronograma para implementação da formação. Todos os sujeitos que participam do processo formativo devem ser informados sobre o cronograma e sua realização deve ser monitorada e revisada sempre que necessário. No fim desse capítulo, apresentamos uma sugestão de cronograma.
As formações presenciais têm papel fundamental para uma implementação curricular que chegue efetivamente às salas de aula. Dessa forma, deve-se estabelecer uma periodicidade mínima de encontros presenciais para cada público-alvo e definir os recursos necessários para a execução da formação presencial.
Parte da formação sobre os currículos pode ser realizada via EAD. Nesse caso, recomenda-se que professores e equipe gestoras tenham papel ativo durante essas formações, devendo interagir e receber devolutivas nos cursos. Essa modalidade deve ser complementar à formação presencial.
A mediação tecnológica pode ser usada em parte da formação. Nessa modalidade, um formador central remoto faz a apresentação da pauta e mediadores presenciais realizam a dinâmica da formação com os participantes nas regiões. Essa dinâmica pode ser usada quando, por exemplo, houver a necessidade de participação de um especialista. É essencial que nesses casos haja espaços de trabalho ativo e não apenas a exposição de vídeos e elucidação de dúvidas.
Espaços das escolas: Uma premissa de qualidade das formações é que elas ocorram no dia a dia das escolas. Dessa forma, recomenda-se oferecer momentos formativos que utilizem o espaço da própria escola dos professores e, quando possível, os períodos de sua carga horária destinados à formação. Espaços de formação das redes: Muitas redes já possuem espaços e equipamentos próprios para a formação. É importante articular, em regime de colaboração, o uso desses recursos para execução das ações planejadas.
Professores e técnicos de referência das redes: Muitas redes possuem em seu corpo docente profissionais reconhecidos em determinados temas que podem auxiliar na formação em suas regiões. É importante conhecer e mobilizar esses profissionais para apoiar a formação. Especialistas externos: Caso seja mapeada a necessidade de formação para um tema específico, para o qual não se tenha repertório técnico já constituído nas redes, pode ser necessário a busca por profissionais externos. É importante mapear essas demandas e identificar indivíduos e/ou organizações que possam atendê-las.
Parcerias com IES e outros centros de formação: Em alguns estados, as instituições de ensino superior (IES) têm experiência com ações de formação. Nesses casos, pode ser interessante articular parcerias para contar com o corpo técnico e recursos físicos das instituições na formação para os novos currículos. Essas instituições podem também realizar a gestão e formação, com o acompanhamento da equipe central, em regiões que necessitem de apoio técnico e de estrutura.
Atenção: Como muitas redes já possuem políticas de formação em curso, será importante realizar o alinhamento com as ações de formação para implementação dos novos currículos.
Sugere-se que se estabeleçam estratégias de comunicação entre a equipe central de gestão e as equipes regionais de gestão, e, principalmente, entre as equipes regionais e as equipes gestoras das escolas de sua região, para que todos conheçam e dialoguem com o planejamento das formações.
É importante incluir na comunicação as redes municipais, estadual e federal, assim como escolas privadas, a fim de sensibilizá-los para a necessidade de revisão de suas ações formação continuada a partir dos novos currículos estadual ou municipal.
É necessário realizar a previsão dos recursos financeiros necessários para as ações planejadas, além de definir um cronograma de execução financeira para efetivação da formação ao longo de 2019.
O levantamento dos recursos disponíveis deve ser realizado ainda na etapa de diagnóstico, a fim de que o planejamento seja condizente com a realidade financeira das redes.
Realizado o planejamento e definido o cronograma, deve-se dar início à execução das formações.
Esse processo deve partir do estudo e aprofundamento nos novos currículos e ocorrer à luz dos princípios e metodologias ativas preconizadas por esse documento.
Atenção: Lembre-se das premissas de qualidade para e metodologia e conteúdo das formações:
- Foco no desenvolvimento de competências e habilidades
- Metodologias ativas
- Trabalho colaborativo
- Foco em como desenvolver os conhecimentos
- Uso de dados
A formação de professores pode ser oferecida tanto pelas equipes gestoras de suas escolas como pelas próprias equipes regionais de formação. O esquema ao lado ilustra essa estrutura.
Nessa sugestão, a equipe central forma as equipes regionais, que por sua vez formam as equipes gestoras das escolas, para que essas efetivem as formações com os professores.
Para temas específicos, em especial questões relacionadas aos componentes curriculares, recomenda-se que a formação dos professores seja oferecida diretamente pelas equipes regionais de formação.
A equipe central de formação deve garantir a realização da formação das equipes regionais. A equipe regional de gestão deve auxiliar na organização logística para que essa ação seja realizada com os formadores regionais.
Atenção: É possível contar com o apoio de diferentes organizações para realizar a formação – ou mesmo para compor – as equipes regionais. Alguns exemplos de organizações que podem apoiar esse processo são:
- universidades;
- centros e escolas de formação;
- parceiros privados;
- organizações sociais, entre outros.
Cabe à equipe central efetivar essas parcerias, quando necessário, a depender do contexto local.
O que?
Essas formações devem ter como foco:
i) A construção e discussão das pautas formativas a serem trabalhadas com equipes gestoras e professores;
ii) As premissas de qualidade que devem permear toda a formação continuada, em especial o uso de metodologias ativas e o ensino para habilidades e competências.
iii) O aprofundamento na compreensão dos novos currículos estadual de referência.
Como?
As formações das equipes regionais podem ser presenciais, semipresenciais ou a distância. Recomenda-se que ao menos parte da formação seja presencial.
Ainda, deve-se incentivar a formação entre pares e criar mecanismos, como grupos de comunicação, para que formadores estejam constantemente trocando aprendizados.
Quando?
A equipe central deve estabelecer um cronograma para essas formações, assim como seu monitoramento.
Sempre que necessário, o cronograma de formação deve ser revisado para atender às necessidades de professores e o calendário de outras ações das redes.
Para garantir uma formação que apoie todos os professores de maneira efetiva, contínua e alinhada às premissas deste Guia, deve-se engajar as equipes gestoras das escolas no processo. Dessa forma, é necessário que ao menos uma pessoa dessa equipe seja responsável pela formação dos professores no dia a dia.
A equipe regional de formação deve oferecer, periodicamente, formação para as equipes gestoras das escolas de sua região de atuação. As formações podem acontecer simultaneamente para agrupamentos de escolas, ou escola por escola.
O que?
Essas formações devem ter como foco:
i) A construção e discussão das pautas formativas a serem trabalhadas pelas equipes gestoras com os professores da escola;
ii) As premissas de qualidade que devem permear toda a formação na escola
iii) O aprofundamento na compreensão do currículo estadual de referência;
iv) O papel da equipe gestora enquanto formadora de professores.
Como?
As formações das equipes gestoras das escolas devem ser preferencialmente presenciais ou semipresenciais.
Quando?
A equipe regional deve estabelecer um cronograma para essas formações, assim como seu monitoramento. Sempre que necessário, o cronograma de formação deve ser revisado para atender às necessidades das equipes gestoras e o calendário de outras ações das escolas.
O principal objetivo das ações sugeridas nesse capítulo é garantir que os professores sejam formados para a implementação dos novos currículos. Para isso, recomenda-se que seja garantida uma média de ao menos 2 horas semanais de formação dos docentes, sejam elas presenciais ou a distância.
A. Formações promovidas pela equipe gestora de sua escola;
B. Formações promovidas pelas equipes regionais de formação.
É importante que os responsáveis pela formação continuada da escola acompanhem o trabalho dos professores e apoiem seu processo de formação.
Nas reuniões pedagógicas da escola, a equipe gestora pode trabalhar com os professores as necessidades formativas da escola como um todo ou de grupos específicos de professores.
É recomendável proporcionar também momentos de formação individual entre o responsável pela formação na escola e cada professor, para que sejam trabalhadas necessidades específicas de cada docente
Atenção: Ao longo de 2019, para a Educação Infantil e o Ensino Fundamental”, as equipes gestoras também deverão coordenar a (re)elaboração do Projeto Pedagógico (PPs) das escolas à luz dos novos currículos. É importante que as formações considerem o processo de revisão do PPs.
Além da formação promovida pela equipe gestora da escola, é importante que as equipes regionais também formem os professores para trabalhar aspectos gerais da BNCC e dos novos currículos e, principalmente, temas relativos a cada componente curricular.
Sugere-se que, nas formações sobre componentes específicos, os professores sejam agrupados de acordo com o ano e componente em que atuam. Para as formações sobre questões mais amplas, como as dez competências gerais da BNCC, é possível trabalhar com professores de diferentes etapas e componentes.
É importante engajar as equipes gestoras das escolas nesse processo, não só para que também se formem, como para que acompanhem todo o processo de formação dos professores das suas escolas.
Para garantir a qualidade da formação continuada das escolas, é importante que a equipe central e as equipes regionais de gestão monitorem o cumprimento do cronograma de implementação da formação continuada.
É essencial que a responsabilidade pelo monitoramento seja alinhada e compartilhada entre os responsáveis, em especial os coordenadores das equipes regionais, e que a equipe central faça a sistematização das informações coletadas em cada região.
Além de outros aspectos considerados importantes pela equipe central de cada estado, o monitoramento deve observar:
A avaliação das ações formativas para os novos currículos deve servir de instrumento para o replanejamento e aprimoramento das ações. Entre outros aspectos, a avaliação das formações pode incluir:
Recomenda-se que a cada encontro, os participantes da formação tenham a oportunidade de realizar essa avaliação, por meio de formulários estruturados construídos pela equipe central ou equipe regional de gestão.
Como ressaltado ao longo do capítulo, as equipes responsáveis pela formação para os novos currículos, em regime de colaboração, devem buscar integrar suas ações com aquelas promovidas pelas redes estadual e municipais. Além disso, devem dialogar com as escolas da rede federal e privada sobre os novos currículos e suas ações de formação. As redes podem aproveitar essa oportunidade para revisar suas políticas de formação continuada.
Propomos que, nas revisões de suas políticas, as redes considerem as seguintes questões:
Tempo para a formação: Recomenda-se que as redes de ensino estaduais e municipais regulamentem, por meio de ato legal, e efetivem a garantia de um terço de hora-atividade dos professores para atividades extraclasse e incentivem o uso desse tempo para a formação continuada em serviço. Sugere-se ainda que esse processo inicie em 2019, concomitantemente ao início das ações de formação para os novos currículos em regime de colaboração.
Confira abaixo uma proposta de modelo de planejamento das formações das equipes regionais.