Esta etapa coloca em prática o que foi planejado até o momento e tem como resultado um novo documento curricular que deverá garantir as aprendizagens previstas na BNCC e servir como norte para elaboração ou revisão dos PPs da escola e do planejamento do professor.
Você está lendo:
Nesta etapa, os maiores desafios serão: cuidar para que o processo maximize e valorize a participação de todos os profissionais das redes estadual e municipais e escolas públicas e privadas; que a estrutura e a proposta estejam claras e tenham coerência (na terminologia e na concepção de aprendizagem) e que o produto final tenha uma progressão adequada que garanta as aprendizagens previstas na BNCC dialogando com a realidade local.
Com base na definição das diretrizes para a (re)elaboração curricular, será necessário compor grupos de trabalho para a redação do novo documento curricular.
Grupo de trabalho, neste guia, refere-se à organização em que profissionais se relacionam para discutir, aprofundar e desenvolver o documento curricular. Por exemplo: o redator de um determinado componente pode convidar alguns professores de grande conhecimento e legitimidade para construir, de forma coletiva, a proposta do currículo para tal componente.
Os grupos podem ser organizados por etapas – Educação Infantil (com divisão por faixa etária) e Ensino Fundamental (Anos Iniciais e Finais), áreas de conhecimento, componentes curriculares, temas transversais e integradores, competências gerais da BNCC, entre outros. Eles serão responsáveis por sistematizar uma versão preliminar do documento curricular
Atenção: A comunicação ao longo desta etapa terá foco no compartilhamento de informações sobre o processo de (re)elaboração curricular, de forma a assegurar o máximo de participação possível. Deve-se comunicar com clareza quais são os objetivos, passos do processo, cronograma previsto, atividades agendadas (formações, reuniões dos grupos de trabalho etc), atores envolvidos, consultas públicas, entre outros.
Para estimular a comunicação e o engajamento, é possível realizar um evento, ou eventos, de lançamento dos trabalhos de (re)elaboração curricular, com ampla representatividade da comunidade escolar, além de manter uma frequente troca de e-mails/mensagens com professores informando o status e o andamento das etapas.
Dar início ao processo com engajamento e transparência ajuda durante o todo o percurso da implementação.
Em regime de colaboração, além da qualidade técnica dos profissionais, deve-se ter atenção para garantir a representatividade nos grupos de trabalho, tanto entre estado e municípios, como em relação às escolas privadas. Para que os grupos não fiquem muito numerosos, sugere-se também convidar atores externos à equipe de currículo para participação em momentos específicos.
Atenção: Recomenda-se a existência de uma rotina de trocas e alinhamentos entre os diferentes grupos de trabalho. Isso é importante para que a transição entre as etapas da Educação Básica garanta a integração e continuidade dos processos de aprendizagens e que os componentes ou áreas do documento curricular dialoguem de maneira interdisciplinar e trabalhem conjuntamente as competências gerais da BNCC.
Exemplos desses atores são: movimentos sociais relacionados aos temas transversais e integradores, entidades acadêmicas, associações de estudantes, 3º setor e demais representantes da comunidade escolar.
O Programa de Apoio à Implementação prevê formação continuada presencial e a distância para as equipes de currículos. Será disponibilizado também apoio remoto para essas equipes por meio de grupos de especialistas para tirar dúvidas, aprofundar questões específicas e compartilhar sugestões com as equipes de gestão e currículo de todos os 26 estados e do Distrito Federal.
Clique nos botões abaixo para mais informações sobre as responsabilidades dos membros da equipe responsável pela (re)elaboração curricular.
A construção de uma versão preliminar deve considerar a BNCC e os documentos curriculares existentes e começar a partir das discussões e das sistematizações dos Grupos de Trabalho (GTs), sempre procurando contemplar os contextos locais e regionais. É recomendável que esse processo aconteça nos GTs simultaneamente, mas sob coordenação da equipe gestora responsável pela (re)elaboração curricular, garantindo a coerência e o alinhamento do processo, a transição gradual entre etapas e a interdisciplinaridade.
A redação deverá ser bastante cuidadosa para que o documento tenha clareza, unidade e coerência e para que proponha uma progressão das aprendizagens, articulação entre os diferentes componentes, observação do tempo necessário para trabalho do professor com aluno etc.
Atenção: Os conselhos estaduais e municipais de educação, quando compor um documento à parte? envolvidos desde o início da (re)elaboração curricular, poderão contribuir significativamente em todo o processo.
Perguntas que podem ajudar a nortear a escrita da primeira versão:
Deve-se estabelecer a estrutura do documento curricular a ser (re)elaborado, de acordo com sua proposta pedagógica. Os documentos curriculares podem assumir diversos formatos tendo a BNCC como referencial. As formas de organização e da progressão das aprendizagens são pontos importantes a serem definidos.
Exemplos de elementos que podem constituir os currículos:
Elementos centrais
Elementos complementares
O documento curricular deve dialogar com a realidade da comunidade local. Para isso, seu processo de (re)elaboração deve considerar a contextualização das aprendizagens da BNCC à luz de aspectos como características demográficas, naturais e econômicas, e elementos socioculturais do estado, assim como temas contemporâneos que afetam a vida humana em escala local, regional e global, indicados por lei (ver página 19 da BNCC).
Estado e municípios que trabalharem em regime de colaboração para a (re)elaboração de um documento curricular do estado poderão reforçar aspectos da aprendizagem relacionados ao contexto local por meio de orientações adicionais e rotinas pedagógicas que apoiam os professores na implementação desse documento, como o desenvolvimento e revisão dos PPs, formação de professores e recursos didáticos.
Para isso, o engajamento das instâncias regionais durante o processo de (re)elaboração do novo documento é fundamental, tanto para a contribuição durante a sua construção quanto para a apropriação das equipes técnicas e pedagógicas das secretarias e escolas sobre o documento curricular proposto. Reforça-se que nessa participação conjunta não deve haver hierarquia entre redes. Todos são igualmente parte do processo colaborativo.
Atenção: Para apoiar os esforços de (re)elaboração curricular, uma ferramenta digital da plataforma Educação é a Base está disponível para orientar o processo nas diferentes etapas e componentes curriculares. A ferramenta contém:
- Orientações sobre como contextualizar, complementar e aprofundar as habilidades e objetivos de aprendizagem previstos na BNCC;
- Vídeos com especialistas sobre o processo de (re)elaboração curricular;
- Indicações sobre relações entre habilidades e competências destacando a progressão da aprendizagem, o desenvolvimento integral e oportunidades de trabalho interdisciplinar.
Para garantir um processo participativo e que contemple as diversas realidade do estado, recomenda-se a realização de consultas públicas para a coleta de contribuições. Essas consultas podem ser realizadas a distância, por formulários on-line ou físicos, ou presencialmente, com eventos regionais nos municípios ou em grupos de municípios.
Sugere-se considerar a inclusão de múltiplos atores nas consultas e fazer ampla divulgação desse momento de escuta à sociedade. Um processo de (re)elaboração curricular participativo e democrático contribui para a legitimidade e implementação do novo documento.
Exemplos desses atores são descritos abaixo. A lista não é exaustiva e traz atores comumente envolvidos nos processos de consulta nos estados e municípios, mas a participação varia de acordo com suas especificidades, bem como com o histórico de participação de diferentes entidades no debate educacional:
Sugere-se ser transparente e claro quanto aos critérios de escuta para a consulta, definindo e divulgando as questões em torno das quais se organizará o processo. A formulação dessas questões e sua organização em formulários (digitais ou físicos) a serem preenchidos, com perguntas objetivas, facilita a o processo de sistematização e análise das contribuições coletadas.
Atenção: A Plataforma Educação é Base conta com uma funcionalidade de consultas públicas para os currículos em construção, relatórios com os resultados destas consultas e uma interface colaborativa e participativa. Nela, pode-se organizar grupos de trabalho ampliados, com representantes regionais de cada etapa, área ou componente, durante o processo de elaboração da primeira versão e demais etapas.
Sugestão de questões e formulário para consultas públicas
Boas práticas de consulta pública em processos de elaboração curricular
Após receber as contribuições dos profissionais da educação e, se possível, da sociedade civil, essas devem ser sistematizadas para incorporação na proposta curricular. Recomenda-se dar um retorno à sociedade, ainda que em nível macro, das modificações feitas à luz das contribuições recebidas ao longo da consulta pública. Vale ressaltar que o documento curricular é vivo e que sofrerá revisões e modificações ao longo do tempo.
Após a conclusão da proposta, o documento é encaminhado aos conselhos estaduais ou municipais de educação para a sua normatização dependendo de sua competência em cada estado. Antes de enviar a proposta curricular aos conselhos de educação e torná-la pública, garanta uma revisão final do documento, verificando a coerência e o alinhamento da proposta à BNCC. Ajustes adicionais poderão ser feitos à luz das recomendações dos conselhos de educação.
Atenção: O envolvimento dos conselhos de educação durante todo o processo ajuda a garantir alinhamento e agilidade na análise do documento e sua normatização. É importante verificar na legislação local o papel do conselho de educação no processo.
Confira abaixo uma proposta de plano de ação para a etapa de Estudo das Referências Curriculares, com sugestões de como encaminhar o processo, definir responsáveis, quem poderia ser envolvido, como montar um cronograma, quais os resultados esperados e materiais de apoio.
Sugestão de plano de ação para a etapa de (Re)elaboração curricular (em Excel)
Sugestão de plano de ação para a etapa de (Re)elaboração curricular, com ações, encaminhamentos, responsáveis, atores envolvidos, materiais de apoio, sugestão de duração e resultados esperados sugeridos.
Sugestão de plano de ação para a etapa de (Re)elaboração curricular (em PDF)
Sugestão de plano de ação para a etapa de (Re)elaboração curricular, com ações, encaminhamentos, responsáveis, atores envolvidos, materiais de apoio, sugestão de duração e resultados esperados sugeridos.